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Legalismo & Libertinagem

  • Jeremiah Johnson
  • Jul 19, 2015
  • 4 min read

Como é que o crente navega nas áreas cinzentas? Quando se trata de atividades, divertimentos, ou alguma outra coisa que a Palavra de Deus não refere, como podem os cristãos conscenciosos determinar o que podem ou não fazer?

Enquanto as áreas cinzentas podem variar ao longo do tempo ou consoante o local, a igreja sempre enfrentou questões sociais, tendências populares e condutas pessoais sobre as quais as Escrituras não falam diretamente. Dançar, beber e fumar são exemplos clássicos, mas a vida pós-moderna está cheia de escolhas sobre eventos e atividades que não aparecem na Palavra de Deus.

Normalmente, muitos cristãos ficam num de dois extremos em resposta às áreas cinzentas da vida.

Legalismo

Algumas pessoas gostam de regras. Sentem-se mais confortáveis com um ascetismo rigidamente regulado, governado por uma longa lista de coisas que se espera ou não que alguém siga. Os sistemas legalistas reduzem a vida do crente a uma conformidade básica que ele ou ela está convencido ser equivalente à verdadeira espiritualidade.

Com esta abordagem simplista, preto e branco, à vida, não há a necessidade de uma fé pessoal e de nenhuma caminhada verdadeira no Espírito. Ao invés disso, o legalista está essencialmente a viver a mentalidade descrita na oração do Fariseu na parábola de Jesus em Lucas 18.11-12. O Fariseu em pé orava isto para si mesmo: “Ó Deus, graças te dou porque não sou como os outros homens, ladrões, injustos, adúlteros, nem mesmo como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho.”

Em igrejas legalistas, o crescimento espiritual é substituído por adesões rígidas a regras, e o teste da maturidade espiritual é meramente se a pessoa faz isto ou não faz aquilo.

Pode já ter passado por uma igreja assim - uma em que os princípios bíblicos sobre viver-se a vida Cristã são mais ou menos supérfluos. E pode perceber porque tal sistema atrairia homens e mulheres cansados e em tensão. No final, conformar-se a algo é fácil, e uma lista de pode-se ou não se pode muitas vez funciona como uma declaração de fé padrão. Não há pensamento crítico, nada de decisões a serem tomadas e não há questões difíceis de se responder.

Mas esta não é a forma como os cristãos devem viver. Retidão e verdadeira maturidade espiritual não são alcançadas pelo que as pessoas fazem ou deixam de fazer. Tal como Paulo escreveu: “Pois, se tivesse sido dada uma lei que pudesse conceder vida, a justiça, na verdade, seria pela lei.” (Gálatas 3.21). O legalista usurpa o trabalho do Espírito Santo, faz um curto-circuito na consciência e instala um padrão humano e falso de justiça. Sacrifica a liberdade cristã bem como todas as oportunidades de crescer e de amadurecer essa liberdade. Encoraja a religiosidade vazia e a hipocrisia arrogante dos Fariseus.

Os legalistas acreditam nas suas regras e linhas orientadoras de se guardarem de influências pecaminosas. Tentam forçar a santidade através de padrões rígidos e de separatismo. Mas a verdade é que o seu auto-engano farisaico é totalmente espiritualmente mortal, uma rebelião blasfema, se não outra coisa pior.

Libertinagem

O outro extremo é igualmente perigoso, mas pela razão oposta. Ao invés de se submeterem a uma lista sem fim de regras rígidas, muitos na igreja hoje foram para a direção oposta, determinados a explorar e experimentar a plenitude da sua liberdade. Usam a sua liberdade em Cristo como uma licença para todo o tipo de comportamentos, atividades e objetivos. Sem limites, eles testam quaisquer barreiras e abraçam e aproveitam o mundo da melhor forma possível.

Na verdade, a não ser que algo seja estritamente proibido na Bíblia, vão tentar essa mesma coisa. E encorajam os outros a fazerem o mesmo - por vezes de forma agressiva.

Ostentando a sua liberdade, não conseguem parar de falar acerca do que estão a ouvir, a ver, e a ler, onde estão a ir, o que estão a comprar, o que estão a fumar ou a beber, o que estão a tatuar nos seus corpos, ou qualquer outra coisa que estejam a fazer para expressar e desfrutar a sua liberdade em Cristo. E não conseguem perceber porque você não está a fazer o mesmo.

Esse tipo de espírito libertino cresceu muito na igreja nos últimos anos, e a sua queda desastrosa é abundantemente evidente. Muitos cristãos professos sacrificaram a sua verdadeira liberdade em Cristo e tornaram-se escravos dos desejos do mundo. O seu testemunho foi manchado - ou completamente contrariado - pelo seu comportamento, e sua utilidade para o Senhor e para a Sua igreja atacada por seu amor ao mundo. A evidência que sugere este tipo de libertinagem cristã não é mais do que um convite à tentação, corrupção, e por fim, naufrágio moral.

O que podemos aprender sobre a nossa liberdade?

Esses dois extremos conduzem a prioridades e perspetivas perigosamente enviesadas. Legalistas tendem a se isolar e forçar qualquer área cinzenta a um molde preto-e-branco inflexível. Para eles, todos os que estão fora da sua fortaleza de regras - incluindo outros cristãos - são pecadores obstinados. No lado oposto, os libertinos mundanos cauterizam as suas consciências , apagando cada linha até que mesmo limites bíblicos claros não se tornem mais reconhecíveis. Não há qualquer pensamento sobre o exemplo que dão ou sobre as tentações a que o seu estilo de vida os empurra - e qualquer instrução sobre moderação disciplinada é descrita como legalismo. Ao mesmo tempo que essas duas cosmovisões não podem ser mais opostas, ambas são dois lados da mesma moeda. Ambas têm a capacidade de confundir ou corromper os crentes em relação à sua liberdade em Cristo.

A liberdade em Cristo não é algo a ser temido, nem é uma licença para viver de qualquer forma. É um presente de Deus que muitas vezes serve de fundamento de prova da nossa fé, onde é testada, fortalecida e refinada. E como tal, precisamos saber como usá-la devidamente - e, sim, desfrutá-la.

Com isso em mente, iremos passar as próximas semanas a olhar para os limites bíblicos da nossa liberdade. John MacArthur irá cuidadosamente levar-nos através de princípios importantes a partir de 1 Coríntios, onde Paulo explica como a nossa liberdade em Cristo deve ser um benefício espiritual para os outros e para nós mesmos. Esta é uma serie útil e prática que não vai querer perder.

Tradução: Joel Bueche Lopes

Fonte: http://www.gty.org/blog/B140922/legalists--libertines

 
 
 

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