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Como ler a Bíblia por si mesmo?

  • John Piper
  • Apr 20, 2015
  • 4 min read

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1. Leia em busca do significado que o autor tinha em mente, e não o seu.

Quando lemos algo, queremos saber o que é que o autor queria que nós víssemos e experienciássemos naquilo que ele escreveu. Ele tinha uma intenção quando estava a escrever. Nada irá mudar isso. E essa intenção é um evento passado e objetivo na história.

Nós não vamos ler nada simplesmente em busca de experiências subjetivas. Nós vamos ler para descobrir mais sobre a realidade objetiva. Eu não me contento com o que me vem à mente quando leio a Bíblia. O significado de uma frase, ou de uma palavra, ou até de uma letra é aquele que o autor queria que nós déssemos ao que ele escreveu. Portanto, alcançar o verdadeiro significado do texto é o primeiro objetivo de toda a boa leitura.

2. Faça perguntas para descobrir todas as riquezas da Bíblia.

Geralmente quando lemos, não temos o hábito de pensar realmente até que estejamos perante um problema que tenha de ser resolvido, um mistério para ser desvendado, ou um quebra-cabeças para ser decifrado. Até que as nossas mentes sejam desafiadas, e mudem de uma leitura passiva para uma leitura ativa, iremos deixar passar muitos pormenores.

Fazermos perguntas a nós mesmos é uma maneira de criar um problema ou mistério para ser resolvido. O hábito de colocarmos questões a nós próprios tem como propósito despertar e suster o nosso pensamento. Ele estimula as nossas mentes enquanto lemos, e guia-nos até ao real significado de uma determinada passagem de forma profunda.

2.1 Faça perguntas sobre as palavras.

Questione-se sobre as suas definições. «O que é que esta palavra quer dizer nesta frase em particular?» É importante relembrar, que estamos em busca do significado que o autor deu à palavra, e não aquilo que nós achamos que ela significa. Isto assume que as palavras terão significados diferentes em frases diferentes.

2.2 Faça perguntas sobre as expressões.

Uma expressão é um grupo de palavras que não são verbos que descreve uma ação, uma pessoa ou uma coisa. Por exemplo: “se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis.” A expressão “pelo Espírito” descreve a atividade. A expressão diz-nos como é que devemos mortificar o pecado nas nossas vidas. Olhe atentamente para expressões como esta e pergunte o que é que elas pretendem explicar.

2.3. Faça perguntas sobre as relações entre as proposições.

Uma proposição é um grupo de palavras com um sujeito e um verbo. A maneira como proposições se relacionam constitui uma das maiores perguntas que podemos fazer. Irá, frequentemente, existir uma pequena palavra (articuladores de discurso) que detém a resposta. (Exemplo: mas, se, e, portanto, a fim de que, porque, pois, etc.) Por vezes, grandes diferenças entre duas teologias jazem nestas pequenas palavras.

2.4 Pergunte como é que o contexto ajuda a definir o significado das palavras e das expressões.

Você nunca conseguirá entender com precisão qual é o significado de uma proposição até saber o significado das palavras que a constituem, e você não conseguirá saber o significado das palavras até que entenda o significado da proposição. É um círculo, mas não é um círculo vicioso. As palavras têm uma variedade limitada de significados.

Palpites errados sobre o significado de uma palavra são frequentemente esclarecidos no final das frases ou dos parágrafos. Ainda que as palavras, em si mesmas, possam ter sentidos variados, o conteúdo e as relações entre as proposições em torno delas, geralmente conseguem clarificar o sentido que o autor lhes queria dar.

2.5 Faça perguntas sobre a relação do texto com outras partes da Bíblia.

Nós devemos perguntar-nos se a maneira como estamos a interpretar uma passagem se encaixa com outras partes da Bíblia. «Existe algum sítio de Bíblia que confirme o que estou a ver nesta passagem?», «Existem passagens que pareçam contraditórias ou inconsistentes?».

Quando eu sinto alguma tensão entre dois versículos ou passagens, nunca assumo que a Bíblia é inconsistente. Assumo pelo contrário, que eu não estou a ver tudo aquilo que preciso de ver. Se eu ainda não vi o suficiente para explicar a aparente inconsistência, fazer mais perguntas irá da mesma maneira ajudar-me a ver mais e melhor. Existem poucas coisas que nos façam aprofundar e enriquecer mais o nosso conhecimento de Deus e dos Seus desígnios do que este hábito de perguntar como é que dois textos concordam um com outro quando não o parecem fazer.

2.6 Faça perguntas de aplicação.

O objetivo dos autores bíblicos não foi simplesmente informar-nos sobre o que devemos saber mas também sobre quem devemos ser e o que devemos fazer. Portanto, nós devemos criar o hábito de fazer perguntas a respeito da aplicação. À nossa vida. À nossa igreja e aos nossos relacionamentos. Ao mundo. A tarefa de aplicar nunca é feita. Existem milhões de maneiras de aplicar um texto, e existem milhões de situações e relacionamentos onde essas aplicações podem ser feitas. A nossa tarefa não é saber todas as aplicações possíveis, mas crescer na maneira como aplicamos o significado das Escrituras na nossa vida.

2.7 Questione-se sobre qual deve ser a resposta apropriada do seu coração - as suas emoções.

O intuito da nossa Bíblia não é apenas a resposta da mente ao que lemos, mas sim do coração. Toda a extensão das emoções humanas são respostas possíveis ao significado da Bíblia. Deus deu-nos a Bíblia, não simplesmente para nos informar a mente, mas para nos transformar o coração - as nossas emoções. A palavra de Deus é honrada, não apenas quando é bem interpretada, mas também quando é bem sentida.

3. A cada paǵina, ore e busque a ajuda de Deus.

Ó Senhor, inclina os nossos corações para a tua palavra. Dá-nos um desejo por ela. Abre os nossos olhos para vermos as suas maravilhas. Domina a nossa vontade e dá-nos um espírito obediente. Satisfaz os nossos corações ao contemplarmos a Tua Pessoa e a tua vontade para as nossas vidas.

Tradução: Marcos Barreiro

Revisão: Joel Lopes

 
 
 

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